Nossa
História e suas memórias:
Nossa
História e suas memórias:
A fundação da cidade de Cuité cabe ao coronel de
milícias Caetano Dantas Correia, que juntamente com sua esposa dona Josefa de
Araújo Pereira, doou meia légua de terras( 300 hectares) nas proximidades do
Olho D'água do Coité, passando no meio da lagoa, com divisória em pedras e
chagando até atual rua sete de setembro,para constituição do patrimônio de uma
capela, que pretendiam erigir com invocação a Nossa Senhora das Mercês. A
referida escritura de doação, datada de 17 de julho de 1768, foi lavrada na
povoação de Nossa Senhora do Bom Sucesso do Piancó, pelo escrivão Antônio
Gonçalves Reis Lisboa.
Em
12 de agosto de 1801, os moradores da Serra do Cuité, reuniram-se na vila de Mamanguape,
em casa do vigário João Feijó e na presença do padre João Francisco Fernandes,
assinaram um termo, no qual, se obrigavam a sustentar seus párocos, tomando por
base os princípios estabelecidos na freguesia de Nossa Senhora Santana, sediada
na Vila Nova do Príncipe (atual município de Caicó, no Rio Grande do Norte), da
qual seria desvinculada a nova sede paroquial.
Pela Lei Provincial n° 04, de 27 de maio de 1854, a
povoação da Serra do Cuité foi elevada à categoria de vila, com a denominação
de ‘Vila do Cuité’.
Em 25 de junho de 1872, pela Lei n° 480, foi criada
a Comarca de Borborema com sede na Vila do Cuité, sendo seu primeiro juiz de
direito, o Dr. Alfredo da Gama Montezuma.
Por razões políticas, a Comarca de Cuité foi
transferida em 29 de outubro de 1904 para Picuí, dando-se sua instalação em 24
de novembro do mesmo ano.
Em 1911, com
a nova divisão administrativa do Brasil, Cuité passou a ser subordinada a
Picuí, que ganhou foro de município. Esta condição durou até 18 de dezembro de
1936.
A emancipação política de Cuité foi sendo fruto de
um movimento popular, onde se destacaram Jeremias Venâncio dos Santos, João
Venâncio da Fonseca, João Teodósio da Silva, Basílio Fonseca, padre Luiz
Santiago, Rivaldo Fonseca, Benedito Venâncio, Jovino Pereira e Pedro Viana da
Costa, que seria o primeiro prefeito constitucional do novo município,
oficialmente instalado no dia 25 de janeiro de 1937.
A História da cidade tem como base a religião
Católica, que é representada na própria bandeira do Município traçado ao meio
uma grande cruz.
Entre os anos de 1843 a 1891, grande parte da
população morria cedo, naquela época a velhice chega aos 40 anos. Muitas
crianças morriam cedo ( na faixa dequinze dias, meses, ano e meio), nesta época
era a Igreja Católica que registrava os óbitos ocorridos.
Neste período de 1843 a 1891, compreendia afreguesia
de Cuité: Barra de Santa Rosa, Pedra Lavrada, Baraúna, Cumarus, Picuí (até
inicio de 1871).
As causa morte eram várias: moléstia inteiriça, espasmo,
veneno de cascavel, tosse, catarro; assassinado com tiros,
facadas, chagas na garganta, mordedura de cobra, queimadura de fogo, doença
maligna, febres.
As pessoas se sepultavam com vestes(hábitos)
brancas, preto, roxo, azul, encarnado; as crianças eram sepultadas em hábito
sacerdotal ou clerical.
A Paróquia nossa Senhora das
Mercês de Cuité é a terceira paróquia mais antiga pertencente à Diocese de
Campina Grande, superada pela Paróquia Nossa Senhora dos Milagres, no município de São João do Cariri e pela Paróquia Nossa Senhora da Conceição (Catedral Diocesana de Campina Grande).
A Criação da Paróquia de
Nossa Senhora das Mercês se deu em 12 de agosto de 1801, tendo seu primeiro
vigário nomeado neste mesmo dia, mês e ano – Pe. Manuel Fernandes Pimenta.
A Matriz de Nossa Senhora
das Mercês foi inaugurada em 27 de fevereiro de 1947, portanto completou 70
anos de existência em 2017. Neste período o padre era José de Barros.
Grupos
criados na Paróquia:
A Associação do Apostolado
da oração fundada em 1899, pelo Arcebispo Dom Adauto Henriques.
A Irmandade de Nossa Senhora
do Desterro, fundada em 1866.
Conferência Vicentina
fundada em agosto de 1928.
Cruzada Eucarística fundada
em 1928.
Congregação Mariana, fundada
em 1951.
Pia União das Filhas de
Maria fundada em 31/05/1952.
A casa Paróquia que fica
localizada na rua João Pessoa foi construída em 1932 pelo padre Luís Santiago;
A construção da atual casa
Paroquia, situada na rua José Caetano Dantas foi iniciada em 03/12/1963 por
padre Boleslau, natural da Polônia (permaneceu no Brasil por 20 anos). E
concluía em julho de 1966 por Pe. José Rodrigues de Oliveira;
Ele – Pe. Boleslau Biernascki, adquiriu um
terreno particular pertencente a João Ferreira da Silva localizado na rua 4 de
Outubro (atual rua José Caetano Dantas) no valor de trezentos mil cruzeiros,
medindo 33 metros de frente. A escritura foi passada no cartório do Srº,
Euclides Bezerra, com o saldo da festa da padroeira e ajuda dos paroquianos.
Em 9 de junho de 1966
inaugurou-se neste dia uma estação de “alto-falante” para transmissão das
funções religiosas na Igreja Matriz;
No dia 10 de junho de 1966
foi iniciado os trabalhos de renovação da Matriz, seguindo as normas litúrgicas
do Vaticano II, mais os fiéis não aceitaram, houve uma grande revolta;
Em 28 de junho de 1966, o
Pe. José Rodrigues de Oliveira, mudou-se da casa antiga na rua João Pessoa para
a nova casa Paroquial vizinho a Matriz e alugou a antiga;
Em julho de 1966 foi
realizado os trabalhos de acabamento na nova casa Paroquial, o padre José
Rodrigues de Oliveira fez um empréstimo a particulares porque não havia
dinheiro em caixa e com aluguel da casa antiga ia pagando a divida;
Em agosto de 1966 foi
demolido dentro da igreja dois altares laterais;
Em 26/10/1966 – Inicia-se na
cidade de Cuité os trabalhos para a rede elétrica de Paulo Afonso.
Em 28/12/1966 se deu a
inauguração da iluminação elétrica de Paulo Afonso sobre a presença do Exci.ª
Governador Dr. João Agripino.
Em 05/01/1967 se deu a instalação
da iluminação elétrica de Paulo Afonso na Igreja Matriz e casa Paroquial.
No dia 28 de março de 1967
demoliu-se o altar antigo – chamado de altar mór (o altar principal de uma
Igreja), seguindo as normas do Vaticano II, mais uma vez o povo se revolta com
a atitude do Pe José Rodrigues de Oliveira;
Dia 7/12/1967 – chegaram à
Campina Grande dois padres Italianos, Donato e Domingos enviados pelo Comité da
Itália, dada a grande falta de clero, a pedido do Sr. Bispo Dom Manoel Pereira
da Costa.
Em 26/06/1968 – Chegaram a
Barra de Santa Rosa para assistência aos trabalhos pastorais deste município os
padres: Donato Rizzi e Domingos
Ciavarella, iniciando abertura de livros para
casamento e batizados, por enquanto os padres permaneceram com residência na
cidade de Esperança.
A memória da nossa história
está relacionada a um povo forte e perseverante que desde do inicio da criação
da Paróquia, em 12 de agosto de 1801 vem contribuindo para manutenção do
Patrimônio Paroquial de Nossa Senhora das Mercês. Tendo como primeiro vigário
nomeado: Pe. Manuel Fernandes Pimenta.
Marié Dantas - Historiadora / Secretaria Paroquial
Fonte: Arquivo