quarta-feira, 29 de junho de 2011

Arcebispos recebem pálio e papa lembra compromisso com a unidade

Palio2"Devemos ser pastores para a unidade e na unidade". Com estas palavras o papa Bento XVI entregou hoje, 29, o pálio a 40 arcebispos de todo o mundo, entre os quais os brasileiros dom Murilo Sebastião Ramos Krieger (Salvador-BA), dom Pedro Brito Guimarães (Palmas-TO); dom Jacinto Bergmann (Pelotas-RS); dom Hélio Adelar Rubert (Santa Maria-RS); dom Pedro Ercílio Simon (Passo Fundo-RS); dom Sérgio da Rocha (Brasília-DF) e dom Dimas Lara Barbosa (Campo Grande-MS).
A celebração comemorou também os 60 anos de ordenação sacerdotal do papa. Na homilia, Bento XVI recordou sua ordenação e as palavras de Jesus “Já não sois servos, mas amigos” durante a cerimônia.

"Passados sessenta anos da minha Ordenação Sacerdotal, sinto ainda ressoar no meu íntimo estas palavras de Jesus, que o nosso grande arcebispo, o cardeal Faulhaber, com voz um pouco debilitada, mas firme, nos dirigiu, a nós novos sacerdotes, no final da cerimônia de Ordenação”, disse o papa.

“Segundo o ordenamento litúrgico daquele tempo, esta proclamação significava então a explícita concessão aos novos sacerdotes do mandato de perdoar os pecados. ‘Já não sois servos, mas amigos’: eu sabia e sentia que esta não era, naquele momento, apenas uma frase de cerimônia; e que era mais do que uma mera citação da Sagrada Escritura. Ele me chama de amigo. Acolhe-me no círculo daqueles que receberam a sua palavra no Cenáculo; no círculo daqueles que Ele conhece de modo muito particular e que chegam assim a conhecê-Lo de modo peculiar", acrescentou Bento XVI.

Na hora do angelus, o papa saudou os arcebispos de Angola e do Brasil que receberam o pálio.  “Saúdo os peregrinos de língua portuguesa, em particular os arcebispos de Angola e do Brasil a quem hoje impus o Pálio, com os familiares e amigos que os acompanham. À Virgem Maria confio as vossas vidas, famílias e dioceses, para todos implorando o precioso dom do amor e da unidade sobre a rocha de Pedro, ao dar a Bênção Apostólica”.





O pálioPalio1
Segundo o canonista e ex-assessor da CNBB, dom Hugo Cavalcanti, o pálio significa união com o papa, fidelidade ao magistério e encargo pastoral.

“O pálio entregue aos arcebispos tem estes significados sugestivos: um laço estreito de união com o Papa, Pastor universal visível do rebanho, e de fidelidade ao seu Magistério na Igreja. Foi Pedro, de fato, que recebeu de Jesus o encargo de ‘apascentar minhas ovelhas’’, explica o canonista.

“O pálio ainda é sinal do encargo pastoral entregue aos bispos; Jesus Cristo associa a si, neste suave jugo, os pastores postos à frente de cada uma das Igrejas particulares. É um ‘peso de amor’, também dito ‘ofício de caridade’ (amoris officium), que os bispos devem exercer em nome de Cristo”, acrescenta dom Hugo.

De acordo com o canonista, o pálio é também “sinal distintivo da responsabilidade própria do arcebispo metropolita no âmbito de sua província eclesiástica, na qual ele poderá usá-lo durante as celebrações da Liturgia. De fato, o Direito da Igreja reserva algumas funções próprias ao arcebispo metropolita, em função da unidade da fé e da viabilização da disciplina eclesiástica”.

Quando um arcebispo é transferido para outra arquidiocese, ele recebe novamente o pálio, conforme prescreve o cânon 473 § 3 do Código de Direito Canônico. “Como o pálio indica o poder de que está revestido o metropolita na própria província, trocando de província, recebe novo pálio, para identificar o poder naquela província nova”, esclarece dom Hugo. É o caso de dom Murilo Krieger e dom Sérgio da Rocha que eram arcebispos, respectivamente, de Florianópolis (SC) e Teresina (PI).

O arcebispo pode receber o pálio mesmo que ainda não tenha tomado posse na arquidiocese. “Não exige a tomada de posse [para receber o pálio], mas somente a provisão canônica, que é a nomeação para o ofício”, explica o canonista. Estão nessas condições os arcebispos de Campo Grande, dom Dimas Lara Barbosa (toma posse no dia 10 de julho) e de Brasília, dom Sérgio da Rocha (toma posse no dia 6 de agosto).

Sobre o uso do pálio, diz o cânon 437 § 2º do código de direito canônico: “De acordo com as leis litúrgicas, o metropolita pode usar o pálio em qualquer igreja da província eclesiástica a que preside, mas não fora desta, nem mesmo com o consentimento do bispo diocesano”.

fonte: www.cnbb.org.br

Homilia do Papa Bento XVI na Festa dos Santos Apóstolos Pedro e Paulo



Basílica de São Pedro, 29 de junho de 2011
Queridos irmãos e irmãs, 
"Já não vos chamo servos, mas amigos" (cf. Jo 15,15). Sessenta anos após o dia da minha ordenação sacerdotal, eu ouço mais uma vez dentro de mim estas palavras de Jesus que foram abordados nos novos padres no final da cerimônia de ordenação pelo Arcebispo, o Cardeal Faulhaber, em sua voz um pouco frágil mas firme. De acordo com a prática litúrgica da época, estas palavras atribuídas à sacerdotes recém-ordenados a autoridade para perdoar pecados."Não mais servos, mas amigos": naquele momento eu sabia que lá no fundo que essas palavras não eram mera formalidade, nem eram simplesmente uma citação das Escrituras. Eu sabia que, naquele momento, o próprio Senhor estava falando comigo de uma forma muito pessoal. No batismo e confirmação que ele já tinha desenhado nos aproximar dele, ele já havia nos recebido na família de Deus. Mas o que estava acontecendo agora era algo ainda maior.Ele me chama de seu amigo. Ele me recebe no círculo daqueles que ele tinha falado no Cenáculo, dentro do círculo daqueles a quem ele conhece de uma forma muito especial, e que, assim, vir a conhecê-lo de uma forma muito especial. Ele me concede a faculdade quase assustador para fazer o que só ele, o Filho de Deus, pode, legitimamente, dizer e fazer: eu te perdôo os seus pecados. Ele quer que eu - com a sua autoridade - para ser capaz de falar, em seu nome ("I" perdoar), palavras que não são apenas palavras, mas uma ação, mudar alguma coisa no nível mais profundo do ser. Eu sei que por trás dessas palavras encontra-se o seu sofrimento para nós e por conta de nós. Eu sei que o perdão tem um preço: em sua Paixão, foi, no fundo, na escuridão sórdida de nossos pecados. Ele desceu para a noite de nossa culpa, pois só assim ela pode ser transformada. E dando-me autoridade para perdoar pecados, ele deixa-me olhar para baixo no abismo do homem, na imensidão do seu sofrimento para nós homens, e isso permite-me a sentir a imensidão de seu amor. Ele confia em mim: "Não mais servos, mas amigos". Ele confia a mim as palavras da consagração na Eucaristia.Ele confia em mim para proclamar sua palavra, para explicá-lo corretamente e para trazê-lo para o povo de hoje. Ele confia-se a mim. "Vocês não são servos mais tempo, mas amigos": estas palavras trazem alegria interior grande, mas ao mesmo tempo, eles são tão imponente que se pode sentir intimidado como as décadas passam em meio a tantas experiências da nossa própria fragilidade e sua bondade inesgotável. 

"Não servos mais tempo, mas amigos": esta palavra contém em si todo o programa de uma vida sacerdotal. O que é amizade? Idem Velle, idem nolle - querer as mesmas coisas, rejeitando as mesmas coisas: foi assim que foi expresso na antiguidade. A amizade é uma comunhão de pensamento e da vontade. O Senhor diz a mesma coisa para nós mais insistentemente: "conheço as minhas ovelhas e as minhas ovelhas conhecem a mim" (Jo 10:14). Pastor chama seu próprio nome (cf. Jo 10:3). Ele me conhece pelo nome. Eu não sou apenas um ser sem nome no infinito do universo. Ele me conhece pessoalmente. Eu o conheço? A amizade que ele concede a mim só pode significar que eu também tentar conhecê-lo melhor, para que nas Escrituras, nos sacramentos, na oração, na comunhão dos santos, nas pessoas que vêm a mim, enviado por ele, eu tentar chegar a conhecer o próprio Senhor mais e mais. Amizade não é apenas sobre conhecer alguém, é acima de tudo, uma comunhão de vontade. Isso significa que a minha vontade cresce em conformidade cada vez maior com a sua vontade. Por sua vontade não é algo externo e estranho para mim, algo a que eu mais ou menos voluntariamente submeter ou outra se recusar a submeter-se. Não, na amizade, a minha vontade cresce junto com a sua vontade, e sua vontade se torna a minha: é assim que eu me tornar verdadeiramente. Para além da comunhão de pensamento e da vontade, o Senhor menciona um elemento, terceiro novo: ele dá sua vida por nós (cf. Jo 15:13; 10:15). Senhor, ajuda-me a vir a conhecê-lo mais e mais. Me ajude a ser cada vez mais um com a sua vontade. Ajuda-me a viver não a minha vida para mim, mas em união com você para viver para os outros. Ajuda-me a tornar-se cada vez mais seu amigo. palavras de Jesus sobre a amizade deve ser visto no contexto do discurso sobre a videira. Os associados Senhor a imagem da videira com uma comissão aos discípulos: "Eu vos designei para que você deve sair e dar frutos, eo vosso fruto permaneça" (Jo 15:16). A primeira comissão para os discípulos - a seus amigos - é a de que fixa, pisando fora de si mesmo e para com os outros. Aqui ouvimos um eco das palavras do Senhor ressuscitado aos seus discípulos, no final do Evangelho de Mateus: "Ide, portanto, fazei discípulos de todas as nações ..." (cf. Mt 28,19 ss) O Senhor nos desafia a passar além das fronteiras do nosso próprio mundo e para levar o Evangelho para o mundo dos outros, de modo que permeia tudo e, portanto, o mundo está aberto para o reino de Deus. Somos lembrados de que até mesmo Deus pisou fora de si, pôs de lado sua glória, a fim de procurar-nos, para nos trazer a sua luz e seu amor. . Queremos seguir o Deus que estabelece desta forma, queremos ir além da inércia de egocentrismo, de modo que ele mesmo pode entrar no nosso mundo 
Após a referência a que fixa, Jesus continua: dar frutos, fruto que permanece . E que fruto que Ele espera de nós? O que é esse fruto que permanece? Agora, o fruto da videira é a uva, e é a partir da uva que o vinho é feito. Vamos refletir um pouco sobre esta imagem. Para as uvas de bom para amadurecer, o sol é necessário, mas assim também é de chuva, de dia e de noite. Para o vinho nobre a amadurecer, as uvas precisam ser pressionado, a paciência é necessária enquanto o suco de fermentos, vigilante cuidado é necessário para auxiliar os processos de maturação. Vinho nobre é marcado não só pela doçura, mas por sabores ricos e sutis, o aroma múltiplas que se desenvolve durante os processos de maturação e fermentação. Não é isso já uma imagem da vida humana, e especialmente de nossas vidas como padres? Precisamos tanto de sol e chuva, festa e adversidade, tempos de purificação e testes, bem como momentos de alegre viajando com o Evangelho. Em retrospectiva, podemos agradecer a Deus por ambos: para os desafios e as alegrias, para os tempos sombrios e os tempos felizes. Em ambos, podemos reconhecer a presença constante de seu amor, que, infalivelmente, apoia e nos sustenta. Mas agora devemos perguntar: que tipo de fruto que o Senhor espera de nós? O vinho é uma imagem do amor: este é o verdadeiro fruto que permanece, o fruto que Deus quer de nós. Mas não nos esqueçamos que no Antigo Testamento o vinho esperado a partir de uvas nobres é, acima de tudo uma imagem de justiça, que surge de uma vida vivida em conformidade com a lei de Deus. E isso não é para ser descartada como uma visão do Antigo Testamento que foi ultrapassado - não, ainda permanece verdadeiro. O verdadeiro conteúdo da lei, a sua summa, é amor a Deus e ao próximo. Mas este duplo amor não é simplesmente sacarina. Traz dentro de si a preciosa carga de humildade, paciência e crescimento na conformidade da nossa vontade à vontade de Deus, a vontade de Jesus Cristo, nosso amigo. Somente desta forma, como o todo do nosso ser assume as qualidades da verdade e da justiça, é o amor também é verdadeiro, só assim é fruta madura. Sua demanda interna - a fidelidade a Cristo e à sua Igreja - busca uma realização que sempre inclui o sofrimento. Esta é a maneira que a verdadeira alegria cresce.Em um nível profundo, a essência do amor, a essência do fruto genuíno, coincide com a idéia de que fixa, indo em direção: significa auto-abandono, doar-se, traz dentro de si o sinal da cruz. Gregório Magno disse uma vez a este respeito: se você está se esforçando para Deus, tome cuidado para não ir vê-lo por si mesmos por si só - um ditado que diz que nós, sacerdotes necessidade de manter diante de nós todos os dias (H Ev 01:06:06 PL 76, 1097f).. 
Caros amigos, talvez eu morei por muito tempo em minhas lembranças interior de 60 anos de ministério sacerdotal. Agora é hora de voltar nossa atenção para a tarefa específica que está a ser realizado hoje. Na festa dos santos Pedro e Paulo a minha mais cordial saudação vai em primeiro lugar, o Patriarca Ecumênico Bartolomeu I e à Delegação ele enviou, para quem me expressar sinceros agradecimentos por sua visita muito bem-vindos na feliz ocasião desta festa dos Santos Apóstolos, que são patronos de Roma. Saúdo também os Senhores Cardeais, meus irmãos bispos, embaixadores e autoridades civis, bem como os sacerdotes, religiosos e fiéis leigos. Agradeço a todos pela vossa presença e suas orações.
Os arcebispos metropolitanos nomeados desde a festa dos santos Pedro e Paulo no ano passado estão indo agora para receber o pálio. O que isso significa? Pode lembrar-nos, em primeira instância de jugo suave de Cristo que é colocado em cima de nós (cf. Mt 11:29 ss).Jugo de Cristo é idêntica à sua amizade. É um jugo de amizade e, portanto, "um jugo suave", mas, como tal, também é um jugo exigente, que nos forma. É o jugo de sua vontade, que é uma vontade de verdade e amor. Para nós, então, é em primeiro lugar o jugo de liderar os outros a amizade com Cristo e estar disponível para os outros, cuidar deles como pastores.Isso nos leva a um outro significado do Pálio: é tecida a partir da lã dos cordeiros abençoados na festa de Santa Inês. Assim, nos lembra o Pastor que se tornou um cordeiro, por amor a nós. Lembra-nos de Cristo, que partiu por entre as montanhas e os desertos, em que o cordeiro, a humanidade, se perderam. Ela nos lembra de quem pegou o cordeiro - a humanidade - me - sobre os ombros, a fim de me levar para casa. Assim, nos lembra que também nós, como pastores em seu serviço, para levar os outros conosco, tomando-os como se fosse sobre nossos ombros e levá-los a Cristo. Ela nos lembra que somos chamados a ser pastores de seu rebanho, que permanece sempre a sua e não se torne nossa. Finalmente o pálio também significa muito concretamente a comunhão dos pastores da Igreja, com Pedro e com os seus sucessores - isso significa que devemos ser pastores por unidade e em unidade, e que é somente na unidade representada por Peter que realmente levam pessoas a Cristo.Sessenta anos de ministério sacerdotal - queridos amigos, talvez eu tenha falado por muito tempo sobre isso. Mas eu senti solicitado, neste momento, olhar para trás sobre as coisas que deixaram sua marca nos últimos seis décadas. Senti-me inspirado a dirigir-vos, a todos os padres e bispos e aos fiéis da Igreja, uma palavra de esperança e encorajamento; uma palavra que amadureceu na longa experiência de como o Senhor é bom. Acima de tudo, porém, é um tempo de ação de graças: graças ao Senhor pela amizade que ele concedeu a mim e que ele deseja conceder a todos nós. Graças às pessoas que se formaram e me acompanhou. E tudo isso inclui a oração que o Senhor um dia nos receber em sua bondade e nos convidam a contemplar a sua alegria. Amen.

V Formise: Seminaristas do Nordeste estarão em Campina Grande para encontro de formação

A cidade de Campina Grande sediará, neste mês de julho, o IV FORMISE (Formação Missionária para Seminaristas do Nordeste).
O encontro será no Seminário Diocesano São João Maria Vianney, localizado no bairro do Alto Branco, de 04 a 08 de julho.
As temáticas trabalhadas serão:·1º Espiritualidade Missionária do Seminarista Diocesano, 2º A formação intelectual do seminarista e 3º A organização missionária do seminário. E como tema central:·“Lançai as vossas vidas no caminho do Evangelho do qual brota a missão a serviço da vida.”

Os assessores serão os Padres André Vital (CJ), Pe. Dalmo Radimack da Silva (Arquidiocese da Paraíba), Pe. André Luiz Negreiros (Secretário Nacional da Infância e Adolescência Missionária) e Pe. Sávio Corinaldesi (Secretário Nacional da União Missionária e da Obra de São Pedro Apóstolo).

Para conferir a programação completa, clique aqui.

Fonte: Assessoria do IV Formise

Solenidade de São Pedro e São Paulo



Hoje celebramos o glorioso martírio dos santos Apóstolos Pedro e Paulo, aqueles “santos que, vivendo neste mundo, plantaram a Igreja, regando-a com seu sangue. Beberam do cálice do Senhor e se tornaram amigos de Deus”. Pedro, aquele a quem o Senhor constituiu como fundamento da unidade visível da sua Igreja e a quem concedeu as chaves do Reino; Paulo, chamado para ser Apóstolo de um modo único e especial, tornou-se o Doutor das nações pagãs, levando o Evangelho aos povos que viviam nas trevas. Um pela cruz e o outro pela espada, deram o testemunho perfeito de Cristo, derramando seu sangue e entregando a vida em Roma, por volta do ano 67 da nossa era.
Caríssimos, esta Solenidade hodierna dá-nos a oportunidade para algumas ponderações importantes.
A Igreja é apostólica. Esta é uma sua propriedade essencial. João, no Apocalipse, vê a Jerusalém celeste fundada sobre doze alicerces com os nomes dos doze apóstolos do Cordeiro (cf. 21,14). Eis: a Igreja não pode ser fundada por ninguém, a não ser pelo próprio Senhor, que a estabeleceu sobre o testemunho daqueles Doze primeiros que ele mesmo escolheu. Seu alicerce, portanto, sua origem, seu fundamento são o ministério e a pregação apostólicas que, na força do Espírito Santo, deverão perdurar até o fim dos tempos graças à sucessão apostólica dos Bispos católicos, transmitida na Consagração episcopal. Dizer que nossa fé é apostólica significa crer firmemente que a fé não pode ser inventada nem tampouco deixada ao bel-prazer das modas de cada época; crer que a Igreja tem como fundamento os Apóstolos significa afirmar que não somos nós, mas o Cristo no Espírito Santo, quem pastoreia e santifica a Igreja pelo ministério dos legítimos sucessores dos Apóstolos. O critério daquilo que cremos, a regra da nossa adesão ao Senhor Jesus, a norma da nossa fé é aquilo que recebemos dos santos Apóstolos uma vez para sempre. Só a eles e aos seus legítimos sucessores o Senhor confiou a sua Igreja, concedendo-lhes a autoridade com a unção do Espírito para desempenharem o ofício de guiar o seu rebanho pelos séculos a fora. Olhemos, irmãos amados, para Pedro e Paulo e renovemos nosso firme propósito de nos manter alicerçados na fé católica e apostólica que eles plantaram juntamente com os demais discípulos do Senhor. Hoje, quando surgem tantas comunidades cristãs que se auto-intitulam “igrejas” e se auto-denominam “apostólicas”, estejamos atentos para não perder a comunhão com a verdadeira fé, transmitida de modo ininterrupto e fiel na única Igreja de Cristo, santa, católica e apostólica.
Um outro aspecto importante, caríssimos, é o significado de ser Apóstolo: ele não é somente aquele que prega Jesus, mas, sobretudo, aquele que, escolhido pelo Senhor, com ele conviveu, nele viveu e, por ele, entregou sua vida. Os apóstolos testemunharam Jesus não somente com a palavra, mas também com o modo de viver e com a própria morte. Por isso mesmo, seu martírio é uma festa para a Igreja, pois é o selo de tudo quanto anunciaram. O próprio São Paulo reconhecia: “Não pregamos a nós mesmos, mas a Cristo Jesus, o Senhor. Trazemos, porém, este tesouro em vasos de argila para que esse incomparável poder seja de Deus e não nosso. Incessantemente trazemos em nosso corpo a agonia de Jesus, a fim de que a vida de Jesus seja também manifestada em nosso corpo. Assim, a morte trabalha em nós; a vida, porém, em vós” (2Cor 4,5.7.10.12). Eis o sinal do verdadeiro Apóstolo: dar a vida pelo rebanho, com Jesus e como Jesus, gastando-se, morrendo, pra que os irmãos vivam no Senhor! Por isso, caríssimos meus, a alegria da Igreja na Festa de hoje: Pedro e Paulo não só falaram, não só viveram, mas também morreram pelo seu Senhor; e já sabemos pelo próprio Cristo-Deus que não há maior prova de amor que dá a vida por quem amamos! Bem-aventurado é Pedro, bendito é Paulo, que amaram tanto o Senhor a ponto de darem a vida por ele! Nisto são um exemplo, um modelo, uma norma de vida para todos nós. Aprendamos com eles!
Um terceiro aspecto que hoje podemos considerar é a ação fecunda da graça de Cristo na vida dos seus servos. O exemplo de Pedro, o exemplo de Paulo servem muito bem para nós. Bento XVI, ao ser eleito, afirmou humildemente que se consolava com o fato de Deus saber trabalhar com instrumentos insuficientes: Quem era Simão, chamado Pedro? Um pescador sincero, mas rude, impulsivo e de temperamento movediço. No entanto, foi fiel à graça, e tornou-se Pedra sólida da Igreja, tão apegado ao seu Senhor, a ponto de exclamar, cheio de tímida humildade: “Senhor tu sabes tudo; tu sabes que te amo” (Jo 21,17). Quem era Saulo de Tarso, chamado Paulo? Um douto, mas teimoso e radical fariseu, inimigo de Cristo. Tendo sido fiel à graça, tornou-se o grande Apóstolo de Jesus Cristo, tão apaixonado pelo seu Senhor, a ponto de nos desafiar: “Sede meus imitadores como eu sou de Cristo!” (1Cor 11,1). Eis, caros meus, abramo-nos também nós à graça que o Senhor nos concede para a edificação da sua obra, para a construção do seu Reino, e digamos como São Paulo: “Pela graça de Deus sou o que sou, e sua graça em mim não foi em vão” (1Cor 15,10).
Ainda um derradeiro aspecto, amados no Senhor. Nesta hodierna Solenidade somos chamados a refletir sobre o ministério de Pedro na Igreja. Simão por natureza foi feito Pedro pela graça. Pedro quer dizer pedra. Eis, portanto, Simão Pedra. “Tu és Pedro e sobre esta Pedra eu edificarei a minha Igreja. Eu te darei as chaves do Reino” (Mt 16,16ss). Caríssimos, o ministério petrino é mais que a pessoa de Pedro. Seu serviço será sempre o de confirmar os irmãos na fé em Cristo, Filho do Deus vivo, mantendo a Igreja unida na verdadeira fé apostólica e na unidade católica. É este o ministério que até o fim dos tempos, por vontade do Senhor, estará presente na Igreja na pessoa do Sucessor de Pedro, o Bispo de Roma, a quem chamamos carinhosamente de Papa, pai. O Papa é o Pastor supremo da Igreja de Cristo porque somente a ele o Senhor entregou de modo supremo o seu rebanho. Aquilo que entregou aos Doze e a seus sucessores, os Bispos, entregou de modo especial a Pedro e a seus sucessores, o Papa: “Tu me amas mais que estes? Apascenta as minhas ovelhas!” (Jo 21,15). Estejamos atentos, caríssimos: nossa obediência, nossa adesão, nosso respeito, nossa veneração pelo Santo Padre não é porque o achamos simpático, sábio, ou de pensamento igual ao nosso, mas porque ele é aquele a quem o Senhor confiou a missão de confirmar os irmãos. Nossa certeza de que ele nos guia em nome de Cristo vem da promessa do próprio Senhor: “Simão, Simão, eis que Satanás pediu insistentemente para vos peneirar como trigo; eu, porém, orei por ti, a fim de que a tua fé não desfaleça. Quando, porém, te converteres, confirma teus irmãos” (Lc 22,31-32). É porque temos certeza da eficácia da oração de Jesus por Pedro e seus sucessores, que aderimos com fé ao ensinamento do Santo Padre. Estejamos certos de uma coisa: quem não está em comunhão com o Papa está fora da plena comunhão visível com a Igreja de Cristo, que é a Igreja católica.
Assim, rezemos hoje pelo Papa Bento XVI. E acompanhemos nossa oração com um gesto concreto: a esmola, o óbolo de São Pedro, aquela contribuição que no dia de hoje os católicos do mundo inteiro devem dar para as obras de caridade do Papa por todo o mundo. Assim, com as mãos e com o coração rezemos pelo Santo Padre, o Papa Bento: Que o Senhor nosso Deus que o escolheu para o Episcopado na Igreja de Roma, o conserve são e salvo à frente da sua Igreja, governando o Povo de Deus, de modo que o povo cristão a ele confiado possa sempre mais crescer na fé. Amém. 

fonte:www.domhenrique.com.br/index.php/homilias/festas-e-solenidades/529-solenidade-de-sao-pedro-e-sao-paulo-i

Bento XVI celebra 60 anos de Ordenação Presbiteral e entrega Pálio a 40 arcebispos


O papa Bento XVI preside, na quarta-feira, 29, na Basílica Vaticana, às 9h30 (hora local), a festa de São Pedro e São Paulo. A celebração comemora também os 60 anos de ordenação presbiteral do papa.
Durante a missa, Bento XVI fará a imposição do Pálio a 40 arcebispos metropolitanos, entre os quais sete brasileiros: os arcebispos de Salvador (BA), dom Murilo Sebastião Ramos Krieger, e de Palmas (TO),  dom Pedro Brito Guimarães; os arcebispos das recém-criadas arquidioceses gaúchas de Pelotas, dom Jacinto Bergmann; de Santa Maria, dom Hélio Adelar Rubert, e de Passo Fundo, dom Pedro Ercílio Simon; e os arcebispos eleitos de Brasília (DF), dom Sérgio da Rocha, e de Campo Grande (MS), dom Dimas Lara Barbosa.


O Pálio é uma faixa de lã branca com seis cruzes pretas de seda. É uma insígnia litúrgica de "honra e jurisdição", símbolo do laço particular que une os arcebispos metropolitanos ao Sucessor de Pedro.
A lã usada para confeccionar o Pálio é extraída de dois cordeiros brancos bentos pelo papa em 21 de janeiro, dia de Santa Inês. Esta tradição tem suas raízes no martírio de Santa Inês, adolescente romana, martirizada durante a perseguição de Décio ou de Diocleciano, entre os Séculos III e IV. Com apenas doze anos, Inês não renegou Jesus e, por isso, teve a garganta cortada com uma espada do modo como se matavam os cordeiros.
Confira a lista dos que receberão o Pálio.

1.Dom Antoine Ganyé Jude - Arcebispo de  Cotonou (Benin)
2.Dom Augustine Obiora Akubeze - Arcebispo de  Benin City (Nigéria)
3.Dom Cesare Nosiglia - Arcebispo de  Torino (Itália)
4.Dom Charles Henry Dufour - Arcebispo de  Kingston (Jamaica)
5.Dom Dario de Jesús Monsalve Mejia - Arcebispo de  Cali (Colômbia)
6.Dom Dimas Lara Barbosa - Arcebispo de  Campo Grande (Brasil)
7.Dom Fausto Gabriel Trávez Trávez - Arcebispo de  Quito (Equador)
8.Dom Fernando Natalio Chomali Garib - Arcebispo de  Concepción (Chile)
9.Dom George Stack - Arcebispo de  Cardiff (Gales)
10.Dom Gerard Cyprien Lacroix - Arcebispo de Québec (Canadá)
11.Dom Gonzalo Restrepo Restrepo - Arcebispo de  Manizales (Colômbia)
12.Dom Gustavo Garcia-Siller - Arcebispo de  San Antonio (Estados Unidos)
13.Dom Hélio Adelar Rubert - Arcebispo de Santa Maria (Brasil)
14.Dom Jacinto Bergmann - Arcebispo de Pelotas (Brasil)
15.Dom Jairo Jaramillo Monsalve - Arcebispo de  Barranquilla (Colômbia)
16.Dom James Peter sartain - Arcebispo de  Seattle (Estados Unidos)
17.Dom José Horacio Gómez - Arcebispo de  Los Angeles (Estados Unidos)
18.Dom José Manuel Imbamba - Arcebispo de Saurimo (Angola)
19.Dom José Serofia PALMA - Arcebispo de  Cebu (Filipinas)
20.Dom Juan Alberto Puiggari - Arcebispo de  Paraná (Argentina)
21.Dom Jude Thaddaeus Ruwa’ichi - Arcebispo de  Mwanza (Tanzânia)
22.Dom Luis María Pérez De Onraita Aguirre - Arcebispo de  Malanje (Angola)
23.Dom Marjan Turnšek - Arcebispo de  Maribor (Eslovênia)
24.Dom Murilo Sabastião Ramos Krieger - Arcebispo de  São Salvador da Bahia (Brasil)
25.Dom Oscar Julio Vian Morales - Arcebispo de Guatemala (Guatemala)
26.Dom Paul Stagg Coakley - Arcebispo de  Oklahoma City (Estados Unidos)
27.Dom Paul Yembuado Ouédraogo - Arcebispo de  Bobo-Dioulasso (Burkina Faso)
28.Dom Pedro Brito Guimarães -Arcebispo de  Palmas (Brasil)
29.Dom Pedro Ercílio Simon - Arcebispo de Passo Fundo (Brasil)
30.Dom Pierre Marie Carré - Arcebispo de  Montpellier (França)
31.Dom Rémi Joseph Gustave Sainte-Marie - Arcebispo de  Lilongwe (Malawi)
32.Dom Ricardo Ezzati Andrello - Arcebispo de  Santiago de Chile (Chile)
33.Dom Rubén Salazar Gómez - Arcebispo de  Bogotá (Colômbia)
34.Dom Sergio da Rocha - Arcebispo de Brasilia (Brasil)
35.Dom Sergio Lasam Utleg  - Arcebispo de  Tuguegarao (Filipinas)
36.Dom Thaddeus Cho Hwan-Kil - Arcebispo de  Daegu (Coreia)
37.Dom Thumma Bala - Arcebispo de  Hyderabad (Índia)
38.Dom Vincenzo Bertolone - Arcebispo de  Catanzaro-Squillace (Itália)
39.Dom William Slattery - Arcebispo de Pretoria (África do Sul)
40.Dom Zbigņev Stankevics - Arcebispo de  Riga (Lituânia)

São João, um dos santos mais populares




São João- um dos santos mais populares. Considerado santo protetor das mulheres grávidas. Segundo a Bíblia, João era primo em segundo grau de Jesus, pois Isabel era prima de Maria.

João batista batizou Jesus nas águas do rio Jordão, rio que hoje faz a fronteira entre Israel e a Jordânia e entre esta e a Cisjordânia. Segundo a lenda( não baseada na bíblia): Isabel, mãe de São João era prima da Virgem Maria. São João não havia nascido ainda, mas era esperado. Isabel prometeu à Virgem avisá-la logo que criança nascesse. As duas casas não eram muito distantes, de modo que de uma se avistava a outra, com um pouco de esforço.
Numa noite bonita, de céu estrelado, São João nasceu. Para avisar a Virgem, Isabel mandou erguer, na porta de sua casa, um mastro e acendeu uma fogueira que o iluminava. Era o aviso combinado.
A Virgem Maria correu logo a visitar a prima. Levou-lhe de presente uma capelinha, um feixe de folhas secas e folhas perfumadas para a caminha do recém –nascido”.
João Batista é descrito na Bíblia como pessoa solitária, um profeta de grande popularidade. Fez severas críticas à família real da época, a do rei Herodes Antipas, da Galiléia, pois o rei era amante da sua cunhada, Herodíades. Segundo o evangelho de São Marcos (cap. 6, vers. 17-28) Salomé, filha de Herodíades, dançou tão bonito diante de Herodes que este lhe prometeu o presente que quisesse. A mãe de Salomé aproveitou a oportunidade para se vingar: anunciou que o presente seria a cabeça de João Batista, que se encontrava preso.

O “presente” foi trazido em uma bandeja de prata.
A imagem de São João Batista é geralmente apresentada como um menino com um carneiro no colo, já que segundo a Bíblia, ele anunciou a chegada cordeiro de Deus.
Diz a lenda que São João adora festa, mas que é preciso muitos fogos e uma fogueira bem bonita para ele ficar feliz.

São João


No tempo de Herodes, rei da Judéia, havia um sacerdote chamado Zacarias. Era sua esposa Isabel. Os dois eram justos diante de Deus, obedeciam fielmente a todos os mandamentos e ordens do Senhor. Não tinham filhos, porque Isabel era estéril e os dois eram de idade avançada.

Certo dia, no templo, na hora do incenso, apareceu um anjo do Senhor a Zacarias. Ao vê-lo, Zacarias ficou perturbado e cheio de medo. O anjo disse:

- Não tenha medo, Zacarias! Deus ouviu o seu pedido e sua esposa Isabel vai ter um filho, e você lhe dará o nome de João. Caminhará à frente do povo de Israel, será precursor do Senhor. Terá o poder de Elias, a fim de converter os corações, preparando para o Senhor um povo bem disposto.

Então Zacarias perguntou ao anjo: - Como vou saber se isso é verdade? Sou velho, e minha mulher é de idade avançada.

– Eu sou o anjo Gabriel. Deus me mandou dar esta boa notícia a você. Eis que você vai ficar mudo até o dia em que as coisas acontecerem, porque não acreditou nas minhas palavras.

Isabel ficou grávida como o anjo falou e se escondeu durante cinco meses. No sexto mês, recebeu a visita de Maria, que também estava grávida, e quando Isabel ouviu a saudação de Maria, a criança se agitou no seu ventre.

Isabel deu à luz o filho, e quando foi circuncidá-lo no oitavo dia queriam dar-lhe o nome do pai. A mãe, porém, disse: - "Não. Vai se chamar João.

Zacarias pediu uma tabuinha e escreveu: ‘O nome dele é João’.

Todos ficaram admirados. No mesmo instante a boca de Zacarias se abriu, sua língua se soltou, e ele começou a louvar a Deus". (São Lucas 1.5-41)

Fonte: (SILVA, Leni de Amorim. O ciclo junino e seus santos. In MAIOR, Mário Souto; VALENTE, Valdemar (org.). Antologia pernambucana de folclore)